Grande, imponente e solitária no meio de um terreno marcado por uma tragédia. Uma árvore resistiu ao maior desastre da aviação brasileira e sobreviveu mesmo após uma implosão no local onde o Airbus da TAM se chocou com o prédio da empresa.
Exatamente um ano depois do acidente que matou 199 pessoas, ela está com suas folhas verdes.
Hoje familiares das vítimas se reuniram para prestar uma homenagem no local da tragédia. Fotos das pessoas que morreram foram penduradas na árvore, que ficou conhecida como árvore da vida.
No dia 17 de julho de 2007, por volta das sete e quarenta da noite, o avião não conseguiu parar, atravessou a avenida e colidiu no prédio da TAM Express.
As condições da pista não estavam favoráveis para o pouso, estava molhada. Além disso, um dos manetes estava na posição de aceleração na hora da aterrissagem.
As imagens do incêndio permanecem na memória dos brasileiros, principalmente daqueles que acompanharam a tragédia. Assim como o desespero dos amigos e familiares ao saber da tragédia.
Um ano se passou e as investigações ainda não chegaram ao fim. O relatório final da polícia que vai indicar as causas e apontar os responsáveis pela queda do vôo JJ3054 deve ficar pronto em até três meses.
Mas o delegado que acompanha o inquérito, Antônio Carlos Barbosa Menezes, adiantou que sete pessoas serão indiciadas por lesão corporal culposa e homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
O processo é complexo. São mais de quarenta mil páginas e duas mil fotografias. E já foram ouvidas 309 pessoas.
No aniversário do acidente com o Airbus da TAM, parentes se reuniram no local e, no mesmo horário que aconteceu a tragédia, fizeram um minuto de silencio.
Uma missa foi celebrada e, no saguão do aeroporto de Congonhas, houve manifestação.
Amanhã, sexta-feira, os familiares vão se reunir com autoridades para discutir sobre o andamento das investigações e com um arquiteto para falar sobre o projeto de construir um memorial para as vítimas no terreno que era ocupado pelo prédio da TAM.
O projeto está causando muitas discussões e polêmica. A prefeitura anunciou a construção de um parque, mas as famílias querem o memorial, com inscrições de todas as vítimas.
No projeto da prefeitura, seriam construídos dois muros brancos que não se tocam, para sugerir que algo se rompeu. O nome escolhido é Parque Ipê Amarelo. Para representar as vítimas, pontos com luz branca no chão.
E as homenagens continuam no fim de semana.
No sábado, ao meio dia, uma missa será celebrada na Catedral da Sé. E para o domingo, está marcado um concerto sinfônico na Sala São Paulo.
Um detalhe, que pode passar desapercebido, me chamou a atenção. Os familiares vão entrar na Catedral da Sé, no sábado, com 201 arranjos de flores. O número representa as 199 vítimas e mais dois bebês que estavam em gestação e morreram no acidente antes mesmo de nascer.
É um fim de semana de luto, homenagens e lembranças. E também de protesto. As famílias cobram que os responsáveis pelo acidente sejam punidos. Além disso, o acontecimento deve ser lembrado como um fato triste, que marcou a maior tragédia da aviação brasileira, e precisa servir de exemplo do que não deve se repetir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário