Andar de bicicleta pelo bairro, subir em árvore, jogar bola e brincar de bonecas. Foram essas coisas que ocuparam a minha infância. Ah! Tinha o vídeo game também, mas não era minha diversão preferida.
Eu não tinha computador em casa, mas gostava de escrever na máquina de datilografia, e não podia errar porque senão tinha que jogar fora a folha e começar de novo. Aos cinco anos provavelmente ainda não sabia direito o que era celular. Lembro de ter tido um aparelho de brinquedo, daqueles grandes. O orelhão ainda era de ficha.
Hoje, e nem faz tanto tempo assim, é cada vez mais comum crianças pequenas com celulares, MP3, conversando pelo MSN e pelo Orkut.
E é sobre esse comportamento infantil adequado às novas tecnologias que a revista Veja dessa semana traz uma reportagem, cujo título é “Tudo ao mesmo tempo – e agora”.
Isso mesmo. As crianças de hoje fazem tudo ao mesmo tempo: estudam, brincam, conversam, assistem televisão, ouvem música, e por aí vai.
Mexer nos programas de computador e na Internet é com eles mesmo. Afinal, parece tão simples e normal escrever em blogs e postar vídeos no Youtube, certo?
Para a nova geração que praticamente é alfabetizada no computador, sim.
Mas acredito que é assustador para os pais. Imagino também que grande parte deles se impressiona com a facilidade dos pequenos em usar os aparelhos eletrônicos, que muitas vezes parece ser tão difícil para os adultos que viram os computadores ocupar o lugar das máquinas de escrever.
Pois é, a matéria de Sandra Brasil explica que as crianças estão cercadas de aparelhos eletrônicos e vivem na era dos estímulos constantes e simultâneos, ou seja, dão conta de falar ao telefone, assistir televisão e fazer a lição de casa ao mesmo tempo, e dividindo a atenção entre as tarefas. São as chamadas crianças multitarefas.
E isso não deixa os pequenos assustados, não. É tudo normal para eles, que desde muito cedo recebem diversos estímulos.
Mas os especialistas advertem para os problemas que toda essa tecnologia à qual os pequenos estão submetidos podem causar.
Um deles é a dificuldade de relacionamento, uma vez que a conversa pela Internet não substitui a relação pessoal.
Psicólogos garantem que é necessário que as crianças aprendam a enfrentar os medos e frustrações da vida real.
Em todo o caso, a tecnologia está presente. E cada vez mais cedo nossas crianças entram em contato com ela, aprendendo a usar os aparelhos eletrônicos como quem aprende a andar de bicicleta, como se fosse algo instintivo e natural da infância. O que não deixa de ser verdade.
Basta saber se os pais e também os professores estão dando conta de acompanhar essa evolução tecnológica e, principalmente essa mudança do comportamento infantil.
* Texto publicado também no site www.blogdacomunicacao.com.br
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