terça-feira, 31 de março de 2009

Tragédia na porta da escola

Dessa vez não foi previsível. Pelo menos ninguém imaginou que poderia acontecer. O caminhão estava parado. Mas estava parado numa ladeira, e isso foi o suficiente para o veículo descer a rua desgovernado, bater no muro de uma escola, matar uma criança e ferir outras dez pessoas.
Entre os feridos, apenas um é adulto. Uma monitora da escola, que está internada em estado grave. As crianças passam bem.
A tragédia aconteceu no bairro do Grajaú, na zona sul de São Paulo, no fim da tarde de ontem. No local, muitas crianças ficam na rua, o que já é um perigo e motivo para os motoristas redobrarem a atenção.
O menino Ricardo Clemente de Souza, de seis anos, foi enterrado hoje. Em meio a dor, tristeza e indignação, um padre abençoou a criança, que não tinha sido batizada em vida. O ato deixou ainda mais emocionante uma situação que por si só já é dramática.
O velório e o sepultamento foram acompanhados pelos familiares, amigos, crianças que estudavam com o menino e alguns desconhecidos e curiosos. Além da presença da imprensa.
Não estava presente, no entanto, a mãe. Muito abalada e em estado de choque, não conseguiu ir até o cemitério para se despedir do filho.
O motorista do caminhão foi indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, e vai responder o processo em liberdade.
Mas a questão agora é saber o que fazer para evitar que tragédias como essa voltem a acontecer. E se há o que fazer, já que se trata de um acidente.
Depois dessa história toda, o que vai mesmo ficar na memória de quem acompanhou o caso é a imagem das crianças, aquelas que brincavam com o menino Ricardo, chorando e falando do amiguinho que morreu na porta da escola, sem que nada pudesse ser feito.

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