Uma guerra da alegria, com armas de pena; brincadeira de criança, daquelas que deixavam as mães bravas por causa da bagunça; gargalhadas e risadas.
Este sábado foi o dia da guerra de travesseiros no mundo todo, e contou com a participação de pessoas de todas as idades.
Um gesto que liberta a criança que existe dentro do ser humano. Expressa a vontade de se libertar, de quebrar regras, de não seguir protocolos. Uma maneira de espantar os fantasmas de cada um, de esquecer que existem pessoas observando tudo o que fazemos.
Uma atitude simples, algo que pode ser feito todos os dias em casa. Não tem contra indicação e o resultado são boas risadas e muita diversão.
Enquanto nos preocupamos em seguir regras pré-estabelecidas pela sociedade, sem sequer questioná-las, esquecemos de sorrir, de brincar, de ser feliz. No nosso dia-a-dia recheado de compromissos, problemas no trabalho, brigas familiares, rancor e discussões, deixamos de ver a essência das coisas e do real sentido da vida.
Num mundo de pessoas estressadas e depressivas, que correm o tempo todo contra o relógio, é preciso organizar diariamente “guerras de travesseiros”. Guerras cujo objetivo é o riso, a alegria, a felicidade simples e pura. Do jeito que só as crianças conseguem ter com naturalidade, com espontaneidade.
Constantemente nos sentimos observados e julgados; o tempo todo, mesmo que inconscientemente, tomamos atitudes pensadas, analisadas, medidas. O medo do ridículo é fatal. Fatal talvez para a nossa real personalidade, que mais se preocupa com a sociedade do que com o ser humano em si.
Quem teria coragem de ir em um sábado qualquer no parque do Ibirapuera, em São Paulo, com alguns amigos e travesseiros debaixo do braço? Imagine só como seria a reação das pessoas ao verem adultos fazendo guerra de travesseiro no meio do parque. Um bando de loucos, no sentido mais pejorativo possível do termo.
Mas hoje foi diferente. Isso aconteceu no mundo todo. Só no Ibirapuera foram cerca de quinhentas pessoas. Adultos brincando como crianças, sem medo de serem felizes e sem medo de serem tidos como loucos.
Sem dúvida, quem estava presente teve uma sensação única. De leveza, beleza, poesia. Uma cena emoldurada pelas penas que voavam dos travesseiros e que teve como trilha sonora gargalhadas sinceras.
Talvez seja isso que falte no mundo, sorrisos sinceros e um pouco mais de poesia na vida.
2 comentários:
Gostei da parte....
"Constantemente nos sentimos observados e julgados; o tempo todo, mesmo que inconscientemente, tomamos atitudes pensadas, analisadas, medidas."
;-)
by karka20
Sensacional, uma visão simples e algo simples que é realmente sublime.
parabéns. Belíssimo texto
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